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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Julgamos as pessoas pela aparência porque funciona


Não, não estamos falando que você pode olhar para cara de alguém e assumir que sabe tudo sobre ela. O ditado “não julgue o livro pela capa” continua valendo; você pode quebrar a cara ao julgar alguém sem maiores informações sobre ele ou ela.
Ainda assim, todo mundo sabe que primeiras impressões são importantes – e duradouras. O fato de tal comportamento prevalecer é porque ele “funciona”: em muitos casos, podemos prever qual a personalidade de uma pessoa a partir de suas expressões ou das roupas que ela usa.
Um pouco de senso comum já nos diz que isso é verdade. Por exemplo, às vezes é possível dizer que alguém é fã de rock através de seu vestuário.
Mas um estudo de 2009 que analisou a precisão com que um observador pode determinar cerca de 10 traços da personalidade de uma pessoa com base apenas em fotografias de seu corpo inteiro mostrou que isso vai além.
Quando a postura e a expressão das pessoas era “padrão” – os pesquisadores especificaram como eles queriam que as pessoas posassem para a foto – os observadores julgaram corretamente os traços de extroversão, autoestima e até mesmo a religiosidade.
Já a partir de fotos em que as pessoas fizeram as poses e expressões que queriam (foram espontâneas, elas mesmas), os observadores julgaram corretamente quase todos os 10 traços examinados.
Só tome cuidado ao julgar os outros, porque o que você diz sobre eles pode revelar muito sobre sua própria personalidade. Cientistas dizem que a maneira como você vê os outros reflete muito sobre quem você é, incluindo tanto boas quanto más características.

Aparência x personalidade

Os novos resultados levam os cientistas a crer que ambos os sinais estáticos, como estilo de roupa, e os dinâmicos, como expressão facial e postura, ajudam as pessoas a deduzir informações sobre a personalidade de alguém de forma precisa.
Conclusão? A forma como você se veste pode dizer muito sobre você. As pessoas vão usar essas informações para formar juízos precisos para uma variedade de traços seus.
“Como prevíamos, a aparência física serve como um canal através do qual a personalidade se manifesta”, dizem os autores. “A aparência física pode desempenhar um papel mais importante no julgamento da personalidade do que se pensava”, concluem.
Então, não, você pode dizer se alguém é legal ou não apenas de olhar para ela; vai precisar conhecê-la de verdade. Mas, sim, você deve usar gravata naquela entrevista de emprego, e não uma camiseta de time de futebol, pois se vestir bem pode passar uma boa ideia de quem você é.[Science20] Fonte: http://hypescience.com/

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Justiça dá a pastor vínculo de emprego

Pastor e fiel buscam vínculo de emprego
Autor(es): Por Arthur Rosa | De São Paulo
Valor Econômico - 08/08/2012
 

Pastores e fiéis estão conseguindo reconhecimento de vínculo de emprego com igrejas. Apesar de a jurisprudência ser favorável às instituições religiosas, a Justiça do Trabalho entende que, quando se busca "lucrar com a palavra de Deus", pode-se enquadrar uma igreja como empresa e um pastor como empregado. As condenações ocorrem a partir do momento em que se obriga o cumprimento de metas de arrecadação de donativos. Além de reconhecer o vínculo de emprego, os ministros da 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) garantiram a um ex-pastor indenização por danos morais de R$ 19 mil

Pastores e fiéis estão conseguindo reconhecimento de vínculo de emprego com igrejas. Apesar de a jurisprudência ser favorável às instituições religiosas, a Justiça do Trabalho entende que, quando se busca "lucrar com a palavra de Deus", pode-se enquadrar uma igreja como empresa e um pastor como empregado. As condenações ocorrem a partir do momento em que se obriga o cumprimento de metas de arrecadação de donativos.
"Pode haver instituições que aparentam finalidades religiosas e, na verdade, dedicam-se a explorar o sentimento religioso do povo, com fins lucrativos. Nesse caso, o caráter comercial da igreja permite que seja reconhecido o vínculo empregatício entre os pastores e a instituição", diz o ministro Ives Gandra Martins Filho, relator de um caso analisado recentemente pela 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Além de reconhecer o vínculo de emprego, os ministros garantiram a um ex-pastor indenização por danos morais no valor de R$ 19 mil. Ele foi acusado indevidamente de roubo. Em outro caso contra a mesma igreja que chegou ao TST, não ficou comprovada a relação de emprego, mas também foi arbitrada indenização a um ex-pastor acusado, sem provas, de subtrair o dízimo - doações em dinheiro - oferecido pelos fiéis durante os cultos. O valor estipulado foi de R$ 70 mil.
No TST e nos tribunais regionais do trabalho (TRTs), o entendimento é favorável às igrejas. Desembargadores e ministros consideram que a subordinação existente é de "índole eclesiástica", e não empregatícia, e que a retribuição financeira seria apenas para a manutenção do religioso. "Admite-se o vínculo apenas no caso de desvirtuamento da instituição religiosa", afirma a advogada Simone Galhardo, que defende a Igreja Universal do Reino de Deus. "O que liga o pastor à igreja é a fé dele."
Com a cobrança de metas por igrejas, porém, os magistrados entendem que ficaria configurada a subordinação. "É o principal elemento para o reconhecimento do vínculo de emprego, diz o advogado Daniel Chiode, do Gasparini, De Cresci e Nogueira de Lima Advogados, acrescentando que instituições religiosas - como a Igreja Adventista do Sétimo Dia - preferem registrar seus pastores. "A igreja entende que o pastor precisa ter seus direitos trabalhistas respeitados e tranquilidade para trabalhar."
Na Justiça, as igrejas também respondem a processos ajuizados por fiéis. No Maranhão, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reconheceu vínculo entre um policial militar e uma instituição religiosa. Ele alega que trabalhou como vigia, fazendo três plantões por semana - turnos de 12 horas corridas, com folga de 24 e 48 horas. Pelo serviço, recebia pagamentos quinzenais de R$ 600.
Para o desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior, relator do caso, ficou comprovada a existência de trabalho subordinado, exercido com pessoalidade, onerosidade e habitualidade, conforme dispõe a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Mesmo o fato de o policial militar estar proibido legalmente de manter contrato de trabalho com empresa privada não impede, segundo o magistrado, o reconhecimento do vínculo de emprego. "O policial militar pode ser punido pela corporação a que pertence, configurando uma infração disciplinar, mas isso não impede que lhe seja reconhecido o vínculo empregatício, pois, caso contrário, estar-se-ia sendo punido duplamente", afirma o desembargador.
Fonte: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/8/8/justica-da-a-pastor-vinculo-de-emprego

terça-feira, 7 de agosto de 2012

‘O Brasil é o país do improviso’

                                                  ‘O Brasil é o país do improviso’

Dificil de reconhecer, o delegado Hélio Luz, que foi chefe da Polícia Civil fluminense de 1995 a 1997, circula incógnito pelas ruas do Rio. Aos 66 anos, sem barba, cabelos curtos e bem magro, aproveita a aposentadoria levando uma vida tranquila, alternando-se entre Rio e Porto Alegre, sua cidade natal. Longe do poder, mas nunca das polêmicas, Luz não acredita que as UPPs vão dar certo. Além disso, atribui a culpa pela criminalidade aos “mocinhos”, ou seja, os integrantes do sistema de segurança do estado.


Como o senhor avalia a atual política de segurança pública do Rio?

A verdade é que essa política não existe. Tudo é feito no imediatismo, afinal de contas, o Brasil é o país do improviso. O que existe é uma política de segurança desse governo, feita para durar quatro anos, e não uma política para a sociedade, a médio e longo prazo.



Mas e as Unidades de Polícia Pacificadora? Não são algo planejado?

Não. Se fosse planejado, a Polícia Militar teria feito primeiro o dever de casa, que é saber controlar a sua tropa. Ela mesma reconhece o descontrole interno, que há corrupção. Esse controle é o primeiro passo e não foi feito. Então, foi improvisado mais uma vez.

A decisão de entrar no Alemão foi correta?

Acabou sendo porque deu certo. Um improviso que acabou funcionando. A população de lá deve estar boquiaberta, nunca teve saúde, transporte. E agora ganha teleférico. É incrível.

E a situação do Alemão?

Com o tempo, essa ocupação não resiste. Tá aí, já metralharam (a sede da UPP). Não tem eficiência. Eu não sou crítico dessa política. Quem está na linha de fogo é que sabe como o negócio é complicado. Eu só tenho uma percepção diferente.

Como o senhor avalia as UPPs?

Eu realmente gostaria que o programa desse certo, mas elas são a reprodução de algo que já conhecemos, os Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPO), que já existem há mais de 40 anos, e não deram certo por causa da corrupção. A ideia é a mesma: alocar policiais numa área geográfica. Como vou acreditar na UPP, se os DPOs nunca deram certo?

Então, se não é a UPP, qual é a solução para o tráfico?

O problema é que a UPP é a política voltada para o enfrentamento dos bandidos. Mas acho que se nós temos que ter atenção com os mocinhos. Assim, teríamos de fato uma redução de criminalidade de longo prazo. Gostam de dizer que a criminalidade no Rio é resultado da ação dos denominados bandidos. Mas, para mim, é culpa dos mocinhos, porque eles é que são os verdadeiros bandidos.

Quem são os mocinhos?

São aqueles que integram o sistema de segurança do estado. Uma coisa é fato: só existe crime no Rio de Janeiro com o consentimento da polícia. Ninguém pratica crime nessa cidade sem o acerto com o policial. Essa guerra contra o tráfico não existe, porque não há um inimigo. A polícia não tem que matar o cara, tem que punir de forma efetiva, com uma cadeia dura.

A PM está formando milhares de novos policiais para as UPPs. O que acha disso?

Uma loucura. Se eles não têm controle de dez mil policiais vão ter de 30, 40 ou 50 mil? Eles mesmos assumem que colocam os praças nas UPPs para evitar a corrupção. Mas eles esquecem que o novo também fica velho. O policial experiente é que deveria estar lá na UPP.



A corrupção da polícia tem solução?

Sim. Quando polícia for polícia e a gente tiver certeza de que o mocinho é o mocinho. Como a polícia não vai ser corrupta num estado corrupto?

Qual o grande problema da segurança pública no Rio de Janeiro hoje?

Os homicídios, porque todo tipo de criminalidade - tráfico, jogo do bicho, milícia - está ligado a ele. É preciso colocar o homicida numa cadeira dura. E isso custa caro, então precisa ter efeito de fato. O homicídio virou um crime menor do que o tráfico. É absurdo.

E porque os bicheiros não são presos no Rio?

Porque eles integram a Liesa (risos). Integram os “mocinhos” com o colete da Liesa, assim como o prefeito.

O tráfico no Rio hoje está enfraquecido?

Acredito que não. O tráfico hoje sabe o seu lugar. Ele tem que operar “pianinho”.

extra.globo