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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vamos ser engolido pelo mar?


Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Acionista Controlador do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
Há décadas o avanço do mar vem causando prejuízos e preocupação à população pernambucana, em especial aos moradores de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. Não há como negar que o nível do mar tem aumentado a cada ano. As causas desse avanço estão relacionadas às mudanças climáticas – resultado do aquecimento global - e à erosão natural provocada pela briga entre o mar e as cidades do litoral. Porém, a ocupação urbana desordenada ao longo do litoral também está entre os fatores.

Antes, o inverno era o período mais preocupante, quando os ventos são mais fortes e as marés estão mais altas, resultando nas conhecidas ressacas litorâneas. Hoje, a variação climática, com temporais em pleno verão, estendeu essa preocupação para o ano inteiro. Como conseqüência desse desequilíbrio, vemos a água invadir e destruir casas, bares e restaurantes que compõem a orla marítima.
Um levantamento da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que um terço das praias pernambucanas sofre com a erosão costeira. Na praia de Boa Viagem, a mais famosa do Recife e com 8 km de extensão, a faixa de areia reduziu cerca de 20 metros na última década. Existe uma grande extensão daquela praia que inexiste faixa de areia quando a maré está alta.  Em Jaboatão, o mar engoliu alguns trechos da praia. Inúmeros projetos para contenção foram realizados sem sucesso ao longo de 15 anos: muralhas de pedras, paredões de concreto e, em 2011, iniciou-se a colocação de 60 mil caminhões de areia para ampliar a área seca.
Os dados são preocupantes e não param apenas na erosão costeira, principalmente para o Recife. No caso de um aumento do nível do mar em meio metro, cidades da região metropolitana teriam 40 quilômetros quadrados de área inundada pelo mar. Aumentando essa variação para um metro, a água chegaria a quase 54 quilômetros quadrados. É preciso ressaltar que, geograficamente, nossa cidade é bastante plana e cortada por dezenas de rios. Na hipótese de um quadro como os citados acima, inúmeros bairros simplesmente desapareceriam.
Ampliando o quadro de análise, é triste lembrar que no Brasil, aproximadamente 40% de nosso litoral está sendo tomado pelo mar. De acordo com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP), em um futuro não muito distante, o país deverá sofrer uma das piores consequências do aquecimento global - a destruição de regiões inteiras localizadas próximo à costa. Ou deveríamos dizer a destruição de cidades com grande importância para o país?
Nós desafiamos a natureza quando construímos imóveis à beira-mar, sem pensar nas consequências. Estamos longe de ter uma solução definitiva, mas, a situação ainda é reversível, basta haver vontade política. Obras bem estruturadas, não apenas emergenciais e paliativas – e com alto custo para o governo – podem ser  capazes de solucionar os problemas do nosso litoral. Embora seja preciso utilizar ou solicitar novos estudos aos especialistas para que os danos causados e soluções possíveis sejam avaliados e executados. Governantes do  município e do estado de Pernambuco, não deixem nossa linda Recife virar mar.
Fonte:  http://www.institutomauriciodenassau.com.br/blog/vamos-ser-engolidos-pelo-mar/

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

| Número de veículos nas ruas pode fazer o Recife parar em 2012



Fundador e Acionista Controlador do Grupo Ser Educacional,  Janguiê Diniz, comenta sobre quantidade de veículos nas vias e conseqüências para o trânsito da  cidade.
Começamos 2012 com novo recorde nas vendas de automóveis no Brasil. Apesar de uma queda em relação a dezembro de 2011, janeiro fechou com alta de 9,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Hoje, o Brasil tem mais de 65 milhões de veículos em circulação, mais de 2 milhões deles estão em Pernambuco e 1 milhão se concentram apenas na Região Metropolitana do Recife.
Nesse contexto, atualmente, o Estado tem emplacado entre 1 mil e 1.300 veículos por dia. E a tendência é cada vez mais aumentar o número de  automóveis nas ruas, já que as vendas são impulsionadas pela facilidade de prazos e condições  de pagamentos, financiamentos longos, taxas de juros e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI. A frota da capital pernambucana é que representa uma preocupação maior em relação às demais capitais da região Nordeste, analisando Recife, Salvador e Fortaleza, as três cidades mais importantes econômica e politicamente da Região, a capital de Pernambuco é a que apresenta a maior relação carro/população.

Considerando todos os habitantes da cidade, mesmo aqueles abaixo de 18 anos e que não possuem carteira de habilitação, o percentual de moradores com carros chega a 31,9% da população. Nada comparado, entretanto,  à cidade de São Paulo,  que recebe cerca de 800 novos veículos por dia. Porém, é preciso lembrar que nossa estrutura viária também não pode ser comparada a capital paulista, haja vista que  possuímos um limitado espaço viário.
Passado o período de férias de verão, festas de final de ano e com a retomada das aulas escolares, cerca de 200 mil veículos voltam a circular em Recife, trazendo à tona os problemas com os congestionamentos nas principais vias da cidade. Para quem mora ou trabalha no Recife e região metropolitana e precisa deslocar-se,  seja de carro ou através de transporte público por vias onde não há faixa exclusiva para ônibus, as notícias sobre os congestionamentos não têm sido muito animadoras. A cada dia, a imagem  de trânsito parado nas ruas, avenidas e BRs tem feito parte da paisagem.
As vias existentes já não suportam o crescente número de veículos. Culturalmente, não  temos o hábito de usar a bicicleta ou  caminhar. Por outro lado, utilizar  transporte público torna-se quase inviável em face do tempo de espera e da superlotação. Inúmeros projetos sobre mobilidade estão em discussão atualmente: construção de viadutos, expansão das linhas de metrô e alargamentos de ruas. Mesmo se realizadas essas ações, que esperamos imensamente que ocorram,  provavelmente, elas  não serão suficientes para comportar o crescimento econômico que o estado está  vivendo.
Com efeito, em alguns anos, seguindo a estatística de crescimento anual de 7% para veículos e superior a 16% para motos, Recife deverá repetir o retrato de São Paulo, com rodízio de veículos e pagamento de pedágios.  Antes disso, precisamos lembrar que, daqui a apenas 2 anos, receberemos número recorde de turistas para a Copa do Mundo de Futebol.
Caro leitor e atenta leitora, o fato é que, para seguirmos as lições dos países de primeiro mundo, precisamos parar de colocar a culpa dos engarrafamentos na fila dupla das escolas, na falta de viadutos ou na falta de sincronização dos semáforos e começar a pensar no coletivo. Hoje, temos uma taxa de ocupação de 1,5 ocupantes por veículo. Medidas simples, como rodízio  entre pais para levar os filhos à escola, ou de colegas de trabalho para ir ao escritório; melhoria na qualidade de transporte público, com maior número de veículos, mais opções de linhas e corredores exclusivos; além de qualidade na segurança pública e incentivo a utilização de bicicletas são medidas simples e que se desenvolvidas  poderão ser  capazes de reduzir o número de veículos nas ruas, trazendo mais qualidade de vida e proporcionando menos estresse à população.
Fonte:  http://www.institutomauriciodenassau.com.br/