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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Metade dos cristãos britânicos não acreditam que Jesus é filho de Deus (?!)




Catedral do Arcebispo de Canterbury, chefe da "Church of England"
Recentemente, a “Richard Dawkins Foundation for Reason and Science” (RDFRS) publicou o resultado de uma ampla pesquisa sobre as atitudes religiosas e sociais dos britânicos. A pesquisa foi feita logo após o Censo daquela região, motivado pelos altos índices de autodeclarados cristãos (72% em 2001). Valores elevados como estes justificam afirmações de que a Grã-Bretanha é uma nação cristã, dando espaço para todo tipo de manipulação por parte de clérigos e do avanço da Igreja contra o secularismo.
A pesquisa paralela da RDFRS, feita pela da empresa de pesquisas Ipsos MORI apenas com quem respondeu que era cristão ao Censo, mostra que hoje em dia apenas 54% dos britânicos se consideram cristãos e, entre estes, poucos participam ativamente da vida religiosa. Além desta revelação, outras surpresas apareceram na pesquisa:
Richard Dawkins, biólogo e ativista ateu idealizador da pesquisa- apenas 33% dos participantes da pesquisa se declararam cristãos em razão de sua crença religiosa.
- 37% dos entrevistados nunca ou quase nunca rezaram fora de suas igrejas.
- apenas 10% disseram usar a religião ou crença para decidir em questões de certo e errado, ou seja, apenas uma ínfima minoria usa a religião como guia moral.
- apenas 33% acreditam que Jesus ressuscitou fisicamente.
- 50% não se veem como pessoas religiosas e apenas 30% diz ter fortes convicções religiosas.
- só 26% acreditam piamente no poder da oração, enquanto uma fração de 21% não acreditam parcial ou totalmente nisto.
- 60% não leram nenhuma parte da bíblia de forma livre e espontânea há pelo menos 1 ano.
- perguntados porque se declararam como cristãos no censo de 2011, 31% disse estar realmente tentando tornar-se um bom cristão, enquanto 41% indicam que apenas querem ser identificados como uma “boa pessoa” e acham que a associação ao cristianismo pode ajudar.
- agora vem a parte mais esquisita da pesquisa: metade dos cristãos entrevistados NÃO acreditam que Jesus é filho de Deus e outros 4% duvidam se ele sequer existiu.
Uma outra parte da pesquisa, indica que os cristãos de hoje definitivamente estão se afastando da Igreja ou, ao menos, da religião em si. Quanto perguntados qual melhor declaração define o que ser Cristão significa para eles pessoalmente, eis as respostas:
- para 40% é “Eu tento ser uma boa pessoa”
- para 26% é “Eu simplesmente fui criado assim”
- para 16% é “Eu aceito Jesus como meu Senhor e Salvador”
- para 7% é: “Eu acredito nos ensinamentos de Jesus”
Fazendo as contas, da massa de entrevistas, apenas 16% realmente acham que ser cristão tem um caráter religioso como o pregado pela Igreja. Os outros 84% relacionam ser cristão com aspectos mais mundanos (afinal, os “ensinamentos de Jesus” poderiam muito bem estar num livro de autoajuda ou uma dissertação sobre moral – não há nada de essencialmente religioso nisso).
Reverendo anglicano Giles Fraser: saber a ordem dos livros na bíblia não é indicativo de religiosidadeA pesquisa indica que realmente está ocorrendo uma secularização da Grã-Bretanha. Este tipo de informação pode nortear políticas daquele país para um rumo mais laico, minando o poder e influência que clérigos ainda acumulam.
Mas há outro fato curioso. Durante um programa de rádio na BBC, Dawkins estava falando sobre esta sua pesquisa, quando citou que dois terços dos autodeclarados cristãos não sabiam qual era o primeiro livro do Novo Testamento. Neste instante, o reverendo anglicano Giles Fraser interveio e disse que esse não era um modo confiável de avaliar a religiosidade das pessoas, e para comprovar isso perguntou a Dawkins qual era o nome completo de A origem das espécies. Depois de um punhado de "ums" e "ers", e até um "oh, God", o biólogo não conseguiu se lembrar (mas chegou perto). Para quem quiser ouvir, o áudio está aqui (o trecho em que Fraser pergunta sobre o livro está perto de 3:30).
Isso mostra que é necessário um bom argumento quando se vai criticar qualquer coisa. Dawkins escorregou e, com isso, mostrou que a argumentação do reverendo estava certa. Um pequeno vexame para um racionalista e intelectual de seu gabarito, mas que não abala sua imagem, nem sua pesquisa.
 
Fonte: http://www.umavisaodomundo.com/2012/02/metade-dos-cristaos-britanicos-nao.html